Câncer na família é caso para se preocupar com a própria saúde?
Claro que essa não é uma resposta simples,
mas resolvi falar sobre esse assunto aqui porque
é sempre importante acompanhar parentes que compartilham a mesma genética.
Antes de tudo, vale uma reflexão: com a vida corrida de hoje em dia, nem sempre é possível acompanhar de perto a vida de parentes. Muitos se dispersam pelo mundo, se distanciam e não mantém intimidade para falar sobre assuntos mais delicados de saúde. Ou seja, preferem manter a privacidade.
Porém, se você tem contato com a sua família, é sempre bom pensar que problemas de saúde podem se repetir por conta de características genéticas. São raros os casos em que as famílias mantêm algum registro de doenças e problemas apresentados por um ou outro parente.
Em um primeiro momento, pode parecer mórbido. No entanto, as famílias que têm esse registro ajudam o médico a investigar mais rapidamente novos casos. Em relação ao câncer, esse pode ser um cuidado precioso.
Atualmente, existem testes genéticos que são capazes de apontar a presença ou não de genes ligados a determinados tipos de câncer. Em outras palavras: se há uma alteração genética, ela está presente em todas as células do corpo do paciente. Sendo assim, é possível localizar esse traço através de exames de sangue, saliva ou qualquer outro tipo de amostra do paciente.
Para confirmar se o câncer é hereditário, já exames chamados NGS – sigla em inglês para Sequenciamento Individual de Gene. E exames MLPA que são feitos por PCR e capazes de identificar mais de 40 tipos de alterações.
Cerca de 5 a 10% dos cânceres são causados por uma alteração genética herdada de um dos pais.
Os testes feitos com mais frequência são:
O câncer gástrico difuso hereditário é outro tipo que é possível localizar através de teste genético. Como esta é uma mutação de alto risco, é importante localizar o mais cedo possível para trabalhar, junto com o médico, em uma possível prevenção. E tratamento precoce. De acordo com os registros da medicina, estima-se que 67% dos homens e 83% das mulheres portadores da mutação já terão desenvolvido a doença.
Você já deve ter ouvido falar de casos de pessoas que fizeram os testes e optaram por, por exemplo, retirar a mama antes do aparecimento do câncer. Foi o caso da atriz Angelina Jolie. Desde já, destaco aqui que cada caso é um caso. E essa decisão não é um mandamento.
Sendo assim, essa orientação dependerá de uma conversa entre o médico e o paciente, com os resultados em mãos. Em geral, pode haver também um acompanhamento psicológico para a tomada de decisão. Isso, lembrando, quando necessário.
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