POR QUE ISSO IMPORTA?
A reabilitação sexual após o tratamento do câncer de próstata é pouco abordada com o paciente no dia-a-dia, por isso resolvi abordá-lo aqui. O câncer de próstata é um tumor predominantemente hormonal, isto é, cresce e se desenvolve com o hormônio testosterona. Portanto, nas ocasiões em que o tratamento envolve o uso de bloqueadores hormonais na forma de injeções ou comprimidos, os efeitos colaterais incluem impotência sexual, dificuldade de ereção, falta de força muscular, câimbras e até fogachos, que são aquelas ondas de calor mais comum nas mulheres após a menopausa.
Acontece que, mesmo após o término do uso desses medicamentos a impotência sexual, a dificuldade de ereção e a falta de força muscular persistem por meses ou até mesmo pra sempre se não houver a devida reabilitação No entanto, fazer uso de testosterona, ou seja: reposição hormonal, não é aconselhável pelo risco de recidiva (retorno) da doença, não importando a forma, seja injetável, spray ou gel. O que fazer?
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO: ESSENCIAL!
Uma das primeiras providências que devem ser adotadas, mesmo durante o tratamento é a prática de exercícios físicos, especialmente a musculação. Isso manterá o tônus do músculo, aumentará a força e evitará a fadiga muscular. Em relação à ereção, é frequente ocorrer a diminuição no tamanho do pênis. Assim, a própria masturbação ou mesmo as bombas de vácuo podem ajudar a evitar grandes atrofias do pênis. Outra medida contra a disfunção erétil é fisioterapia do assoalho pélvico, que pode ajudar na restauração da função sexual, já que a musculatura auxilia o bombeamento sanguíneo no pênis durante a ereção.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: SOZINHO NÃO FAZ MILAGRE!
As medicações também têm seu papel. Antidepressivos como a sertralina podem diminuir os fogachos, assim como as drogas que dilatam os vasos sanguíneos do pênis: sildenafil, tadalafila. No entanto, percebo que no dia-a-dia essas medicações tem efeito limitado. É o conjunto da obra que determinará um bom resultado. Não menos importante, o acompanhamento psicológico também é necessário. Esse tipo de situação, especialmente pro homem, é muito frustrante e algumas vezes gera medo e até estados de ansiedade e depressão. Por fim, cito ainda as injeções no pênis e as próteses penianas, que são recursos mais desconfortáveis e que, na minha prática vejo uma minoria dos homens optar, mas que também são recursos oferecidos pelo urologista.
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nos vemos na próxima consulta então.
Marcos do Nascimento
Ótimo artigo Doc 👏🏽👏🏽👏🏽